As palavras são desnecessárias quando se tem um beijo, carícias e afagos para expressar os desejos de uma paixão que está radiando. Viver de razões que tentam sufocar as paixões em nome de uma RAZÃO é o verdadeiro caminho para a desilusão, para tentar justificar o que não pode ser demonstrado e é sem dúvida a forma mais irracional de querer provar para si mesmo que não se estar mais disposto a se entregar, a dizer e sentir para o outro: EU TE AMO!!!!
Existe um espaço imperceptível entre a paixão e a razão. É como uma ponte que tentamos ansiosamente acessar, mas que tememos atravessar por não termos consciência de onde vai dar, pois tudo é incerto, sem garantias nem manuais que vão nos dizer de que forma sairemos ilesos das feridas dos desejos, das perdas, danos e ganhos de se fazer de um momento feliz o que a eternidade não pode em algumas circunstâncias tornar uma autêntica imortalidade. Quando à paixão bate à porta do ser tudo fica mais sublime, as coisas se tornam mais intensas e o sofrimento até se confunde com o deleite de se sentir bem, de ter a esperança de que dias melhores virão.
Ao atravessar a ponte da paixão podemos visualizar dois EUS:
O primeiro é o EU que vive em prol do outro, que quer estar 24hs ao seu lado, sentindo o seu cheiro, calando as palavras com um beijo, trocando confidências e sorrisos a mil e sempre com um pensamento incessante nesse outro (PAIXÃO).
O segundo EU é aquele que tem que acordar e encarar a vida real, o mundo dos mortais, que tem que levantas cedo em um dia de chuva e enfrentar um dia de trabalho, que tem que aturar e viver cercado da intolerância de pessoas mal amadas que tentam a todo custo te sugar a felicidade pois não se conformam em te vê bem....É a pura (RAZÃO).
Mas sabe???? O que mantém o segundo EU vivo, feliz e sempre com a fé é a existência do primeiro EU, pois ele vive para a pessoa amada, vive para esperar do outro o amor que ele tanto precisa.... Essa é a lógica do seguir adiante, confiante de que vale à pena sim estar vivo.
É o encontro mais belo que se pode conceber, alimentado daquilo que um dia foi a saudade que veio da distância que parecia nunca mais acabar, mas que agora é só o momento presente que nem sabemos dizer como dever ser, sem planos, sem expectativas, sem frases feitas e até mesmo sem ensaios.
É o sublime Amor que espera atravessar a ponte...
“A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento...”