quarta-feira, 12 de junho de 2013
quarta-feira, 5 de junho de 2013
O Capitão de Seu Coração.
Acordou tão entorpecido que
nem sabia ao menos se tudo o que tinha vivido nos momentos anteriores tinha
sido um sonho, delírio ou uma resposta às suas alucinações, que foram
compensadas pelo fruto insistente de tanto desejar o que ele queria e que por
longos anos existia apenas num espaço vazio que era preenchido pela solidão e a
desilusão da perda de quem ele mais amava. Não queria explicações, respostas ou
lenitivos para o momento, pois como ele sempre acreditou, seguia com a certeza
de que não existe destino ou pré-determinações pois talvez o que tinha
experimentado foi o inesperado preparado para ser deliciado a dois.
Conseguia lembrar e sentir
cada momento detalhadamente assim como se sucedeu e fez em seus pensamentos um
retorno ao ponto inicial, aonde tudo o levou a sentir tanta felicidade. Viu-se
há dias envolto em um turbilhão de inquietações e um desejo de ir em busca, não
de uma reposta, mas do que seria a verdadeira causa de tanta solidão, de tanto
aperto em seu peito, pois a saudade o machucava a ponto de impulsioná-lo a sair
sem saber para onde e o que iria descobrir. Estava apenas disposto a
encontrá-la, a saciar seus desejos e a mostrar-lhe os seus sinceros e mais
transparentes sentimentos.
A estrada que escolheu foi a
mais tortuosa e a poeira no caminho se misturava com a sua determinação de que
a partir dali a dúvida não o acompanharia mais, pois estava convicto de que queria
encontrá-la.
Tudo parecia uma fábula
medieval aonde o Capitão que foi abandonado pelo seu exército, agora tinha que
atravessar o vale de pedras vestido de uma armadura pesada empunhando uma lança
para se defender dos ataques inimigos e procurando insistentemente a sua Princesa
que o tempo ciumentamente os tinha separado e que em momentos possíveis estava
prestes a explodir de paixão. As enormes pedras encenavam uma trilha em
monólitos que iam formando figuras que brincavam com as nuvens e que aos poucos
ia quebrando a monotonia da viagem e tornando o percurso mais prazeroso onde a
esperança se misturava com ânsia da saudade.
Já cansado, mas disposto a
continuar firme, eis que ele se depara com um lugar que até então pensou já ter
estado, assim como aquelas sensações de déjá
vú, como se já estivesse estado lá, ou sentido tudo aquilo. Era inevitável
que os seus instintos não iriam lhe enganar justamente naquele instante e por
isso mesmo se sentiu mais forte e confiante, algo em seus ouvidos gritava forte
e o que ele conseguia escutar era simplesmente a frase:
-Oh! Eu sou o Senhor!!!
E
foi dessa forma que ao avistar uma igrejinha que foi erguida em uma esplanada
encostada no mais alto morro do lugar, num platô onde as nuvens acariciavam sua
torre, que decidiu escalar toda aquela dimensão de rochas como que se fosse a
sua última tentativa.
Ao
chegar lá em cima e, olhando para baixo, foi que pôde perceber que não tinha
sido tão difícil como pareceu no início, afinal, a paisagem e tudo o que o
cercava o encheu de tanto fascínio que ele tirou parte da sua armadura e se
dispôs a contemplar e sentir em seu corpo todas aquelas maravilhas do lugar: as
nuvens acinzentadas e outras numa vermelhidão, pois eram penetradas pelos raios
do sol que estava prestes a se pôr, os pássaros voavam em sintonia como que
saudando toda aquela conquista e o vento frio que penetrava em seu corpo era como
um abraço de boas vindas.
Lembrou
de tudo que o teria levado até aquele lugar e por um momento de descuido deixou-se
levar pelas lágrimas que caiam como que celebrando toda aquela transição em sua
forma de viver e sentir-se a si mesmo. O choro foi como uma chave que abriu as
portas para uma nova possibilidade, a oportunidade de encontrar a sua diva, a
que o faria de tudo esquecer e o conduzi-lo-ia à dimensão do Amor Eterno.
Na
penumbra do entardecer os seus olhos ainda molhados, aos poucos consegue
visualizar a musa das suas aspirações, aquela que fez com que ele viajasse
todos esses espaços. E ela vinha devagar se aproximando de uma forma tão
descuidada que não teve como perceber que ele estava ali à sua espera,
caminhava de uma forma tranqüila, o branco que a vestia lhe dava a impressão de
que havia uma leveza nos seus gestos e através dos seus cabelos que cintilavam
no ar, os seus olhos foram ofuscados a ponto de não enxergar aquele que estava
a lhe esperar e passou por ele sem o reconhecer.
E
foi assim seu reencontro, um instante displicente que em questões de segundos
se eternizaram em um momento onde eles puderam estar novamente juntos. Ela
seguiu o seu caminho e de uma forma contemplada ele a seguiu montanha abaixo,
sempre a observar seus passos, seus gestos e a forma como tudo estava
acontecendo e por algumas vezes ele até arriscou se aproximar dela, a fim de
tentar fazer com que ela o percebesse, mas o caminho ainda era longo até em
baixo e ela parecia não descuidar dos seus pensamentos (será que esses
pensamentos emanados estavam direcionados para ele?).
A
noite chegou ao momento em que eles finalizavam a descida e nesse momento ele
já não tinha mais como continuar ocultando seus desejos e principalmente a
vontade de tê-la em seus braços e foi assim que decidiu se lançar à frente dela
e se mostrar da forma como estava, sedento de tanta paixão e feliz por estar
ali. Tamanha foi a surpresa que ela teve que não resistiu e sem palavras
preferiu economizar nas falas e compensar tanto tempo de distância com beijos,
afagos, carícias e sussurros.
Durante
horas e horas tiveram o mundo apenas para si mesmo, envoltos a uma sensação
jamais experimentada por ambos.... O de um AMOR puro que mesmo sendo tão pleno,
como todos os prazeres uma hora precisaria novamente ser posto a um final, ou
quem sabe a uma pausa. Mais uma vez e sem muitas explicações nem justificativas
eles tinham que se despedir novamente, sendo assim, não quiseram falar tanto e
nem fazer novas promessas, apenas eternizar aqueles momentos em suas mentes.
Ele
a deixou em meio às árvores de cravo que formavam o principal cenário do enlace
e que testemunhariam mais uma despedida.
Assim,
ele partira noite à fora tendo a felicidade como companheira e ela continuou seus
passos, mas agora certa de que o mais breve poderia novamente estar com o
Capitão do seu coração.
sábado, 1 de junho de 2013
Kitesurf In Cumbuco
"Quando estou no mar eu me sinto SOBERANO!!!"
Pois tenho toda aquela imensidão para mim...
Pois tenho toda aquela imensidão para mim...
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