Era inevitável, tinha que acontecer e se era para ser então
que fosse logo.
Para que adiantar sentimentos e emoções que represados
insistem em querer vir à tona? E assim se fez com toda a disposição e com uma força de um furacão, que não escolhe o momento
nem o lugar. Tudo tinha que ser devastado, as folhas das árvores tinham que ser
arrancadas para que fosse dado lugar para as flores que sempre chegam perfumando
os ambientes mais insólitos. O que restou foi um pequeno raminho que de tão
castigado pelo vento ainda teimosamente se dispôs a esperar pelo que viria.
Fez daquela raminho o motivo maior da sua fé e depositou
toda a esperança em regá-lo não somente com a água do carinho, mas
principalmente no cuidado absorto que somente o AMOR é capaz de fazer. Sabia
que não estaria sozinho e que se fosse para recomeçar, teria a coragem e a
disposição para que assim o fosse.
Contemplou tudo a sua volta e de forma inquieta revistou
cada pedaço do que agora tinha ficado sem querer jogar nada fora, sem querer
apagar o que ainda estava gravado. Apenas foi aos poucos juntado os pedaços não
como um quebra-cabeças, mas como uma peça de mosaicos que ia compondo cores em
um ambiente tão cinza. Não tinha um espelho para contemplar como estava sua
face, mas sabia que pelo o que sentia apenas iria vê o que ele queria e não a
realidade como realmente se mostrava.
Sentiu medo, mas dentro dele algo o impulsionava a seguir.
Era como se agora não existisse mais passado e o presente era a configuração de
um futuro que estava experimentando de uma forma leve e suave. Foi aí que abriu
as janelas do seu ser, procurou os grilhões em seu corpo e na alma e de um
espanto percebeu que há tempos eles tinham se quebrado e não existiam mais e que suas pernas
poderiam correr livremente a lugares até então desejados. As lágrimas deram
lugar a gritos de felicidade, não gritos desesperados, mas a exaltações a tudo
o que a vida agora lhe reservava.
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