quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Os Grilhões Já Foram Quebrados...

Era inevitável, tinha que acontecer e se era para ser então que fosse logo.
Para que adiantar sentimentos e emoções que represados insistem em querer vir à tona? E assim se fez com toda a disposição e com uma  força de um furacão, que não escolhe o momento nem o lugar. Tudo tinha que ser devastado, as folhas das árvores tinham que ser arrancadas para que fosse dado lugar para as flores que sempre chegam perfumando os ambientes mais insólitos. O que restou foi um pequeno raminho que de tão castigado pelo vento ainda teimosamente se dispôs a esperar pelo que viria.
Fez daquela raminho o motivo maior da sua fé e depositou toda a esperança em regá-lo não somente com a água do carinho, mas principalmente no cuidado absorto que somente o AMOR é capaz de fazer. Sabia que não estaria sozinho e que se fosse para recomeçar, teria a coragem e a disposição para que assim o fosse.
Contemplou tudo a sua volta e de forma inquieta revistou cada pedaço do que agora tinha ficado sem querer jogar nada fora, sem querer apagar o que ainda estava gravado. Apenas foi aos poucos juntado os pedaços não como um quebra-cabeças, mas como uma peça de mosaicos que ia compondo cores em um ambiente tão cinza. Não tinha um espelho para contemplar como estava sua face, mas sabia que pelo o que sentia apenas iria vê o que ele queria e não a realidade como realmente se mostrava.

Sentiu medo, mas dentro dele algo o impulsionava a seguir. Era como se agora não existisse mais passado e o presente era a configuração de um futuro que estava experimentando de uma forma leve e suave. Foi aí que abriu as janelas do seu ser, procurou os grilhões em seu corpo e na alma e de um espanto percebeu que há tempos eles tinham se quebrado e não existiam mais e que suas pernas poderiam correr livremente a lugares até então desejados. As lágrimas deram lugar a gritos de felicidade, não gritos desesperados, mas a exaltações a tudo o que a vida agora lhe reservava.

Nenhum comentário: