Cinéfilo que se preze deve se lembrar da obra-prima do autor japonês Hirokazu Kore-Eda, "Depois da Vida". Após a morte, as pessoas são levadas a uma estação intermediária, na qual escolhem o momento de suas vidas que será recuperado para que elas o levem para a eternidade. Kore-Eda talvez não tenha lido Chico Xavier, e muito menos o primeiro dos 16 livros que lhe foram ditados pelo espírito de André Luiz, mas a essência é parecida.
"Nosso Lar" mostra a primeira etapa da vida após a morte. Neste ano do centenário de nascimento de Chico, não é só a vida dele que ganha filme dirigido por Daniel Filho, com estreia prevista para a Semana Santa, quando se estará comemorando a data. "Nosso Lar" também vai chegar ao cinema, mas só em setembro.
No mês que vem, Lon Molnar conclui os efeitos de "Nosso Lar" e a previsão da produtora Iafa Britz, que assina o filme pela Cinética, empresa do diretor Wagner de Assis, é ter a primeira cópia pronta em maio, para trabalhar o lançamento, que deve ser um dos mais importantes do ano. Iafa inicia nova etapa profissional abandonando a Total Entertainment, que lança na sexta, no País, "High School Musical - O Desafio". Não houve briga entre as partes que compunham a Total. "É o momento de eu seguir carreira-solo", diz Iafa, mas "Nosso Lar" ainda não tem a marca de sua produtora.
São pelo menos cinco anos de trabalho. Iafa ouviu do diretor que queria fazer este filme pela primeira vez em 2004 ou 2005. Não foi fácil adquirir os direitos do livro, mas as coisas começaram a se tornar viáveis quando a Fox embarcou no projeto. Para os padrões do cinema brasileiro, é um filme caro e os efeitos contabilizam cerca de 30% do custo - os mais caros da cinematografia nacional. Iafa explica que valeu a pena esperar. "Há cinco anos não tínhamos dinheiro nem a tecnologia necessária para fazer o filme com acabamento.
"Nosso Lar" trata do choque das pessoas na passagem para outras esferas. "Temos um elenco muito forte e eu seria irresponsável se começasse a destacar algumas participações, mas não resisto a enumerar duas. Renato Prieto faz o protagonista e é através dele que entramos nesse universo. Rosana Mulholland vai deixar todo mundo chapado. Ela é a personagem que se revolta com a morte e quer voltar. Acredito que seja a personagem mais passível de identificação e ela, além de belíssima, põe intensidade de arrepiar nas cenas.
Iafa Britz ainda está muito envolvida no processo de Nosso Lar, mas gostaria muito de acreditar que, se o filme estourar, como espera, as pessoas não reconheçam somente a importância e emoção do tema. "Essa equipe toda está ralando muito para fazer o grande filme que Nosso Lar merece. Chico Xavier foi um iluminado todo mundo sabe. Daniel (Filho) filma o homem, Wagner (de Assis) resgata a obra. Essa obra merece ser vista pelo que carrega de compaixão, de possibilidade de entendimento. Os efeitos estarão lá, mas não para chamar a atenção. O que importa é a história".
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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