terça-feira, 3 de julho de 2012

Para Quê Justificamos Nossas Ações???

Eu estava na sala de espera para fazer um check up afim de saber como anda minha saúde, e em meio a tanta gente, pacientes e impacientes, de repente me dei conta de um senhor caminhando rapidamente pelo consultório com um copo d`agua  na mão e fazendo movimentos por todos os setores da clínica.
Encarei aquele gesto como se aquele senhor estivesse apressado para ser atendido e que os seus movimentos tratavam-se de uma válvula de escape para liberar sua ansiedade. Continuei a aguardar minha vez com a convicção de como a vida nos cobra tanta pressa e principalmente refletindo acerca de como aquele senhor já correu pela vida e hoje ainda tem que continuar fazendo isso. São os paradoxos do mundo moderno que nos leva a essa louca obsessão para que tudo seja realizado ao mesmo tempo agora.
De repente o apressado senhor percebendo que estava sendo observado e julgado por todos os presentes por aquele seu gesto um pouco incomum no local, parou e se justificou:

-Vocês pensam que eu sou louco ou coisa parecida, mas na verdade é que vou ter que me submeter a um exame aonde tenho que caminhar e tomar bastante água antes do procedimento.

Foi aí que todos passaram a entender o que estava acontecendo, mas naquele instante me veio a seguinte questão: porquê aquele senhor que não conhecia os que estavam ali presentes começou a dar explicações de suas ações e mais ainda, o motivo que ele estava dando para que os outros não se preocupassem com ele?
Algo me fez pensar acerca de como estamos presos aos laços da convivência social, direta ou indireta e de como as nossas ações precisam ser entendidas pelos outros para que não sejamos “tachados” de loucos. É como se não fossemos livres para agirmos da maneira que a nossa razão nos conduz, pois somos sempre levados a agir motivados por razões exteriores.

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