Eu estava na sala de espera para fazer um check up afim de saber
como anda minha saúde, e em meio a tanta gente, pacientes e impacientes, de repente
me dei conta de um senhor caminhando rapidamente pelo consultório com um copo d`agua
na mão e fazendo movimentos por todos os
setores da clínica.
Encarei aquele gesto como se aquele senhor estivesse
apressado para ser atendido e que os seus movimentos tratavam-se de uma válvula
de escape para liberar sua ansiedade. Continuei a aguardar minha vez com a
convicção de como a vida nos cobra tanta pressa e principalmente refletindo
acerca de como aquele senhor já correu pela vida e hoje ainda tem que continuar
fazendo isso. São os paradoxos do mundo moderno que nos leva a essa louca obsessão
para que tudo seja realizado ao mesmo tempo agora.
De repente o apressado senhor percebendo que estava sendo
observado e julgado por todos os presentes por aquele seu gesto um pouco
incomum no local, parou e se justificou:
-Vocês pensam que eu sou louco ou coisa parecida, mas na
verdade é que vou ter que me submeter a um exame aonde tenho que caminhar e
tomar bastante água antes do procedimento.
Foi aí que todos passaram a entender o que estava
acontecendo, mas naquele instante me veio a seguinte questão: porquê aquele
senhor que não conhecia os que estavam ali presentes começou a dar explicações
de suas ações e mais ainda, o motivo que ele estava dando para que os outros
não se preocupassem com ele?
Algo me fez pensar acerca de como estamos presos aos laços da
convivência social, direta ou indireta e de como as nossas ações precisam ser
entendidas pelos outros para que não sejamos “tachados” de loucos. É como se
não fossemos livres para agirmos da maneira que a nossa razão nos conduz, pois
somos sempre levados a agir motivados por razões exteriores.
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