Era como se da felicidade tudo agora se tornasse um fluir constante de tristezas que não pudessem ser apagadas pelas peripécias do tempo. Os sentimentos mais insólitos passaram a substituir as ações calculadas do cotidiano que foram impostos pela monotonia de uma vida sensata e moralmente correta.
Tudo o que ele mais queria era poder usufruir daquela liberdade dos amantes que sem o menor pudor gritam aos quatro ventos para que todo mundo ouçam os seus sussurros e gemidos que foram proferidos pelo instante incólume de um encontro inesperado, mas que ressoou pelo resto das suas existências.
Estava cansado de fazer as mesmas coisas e de sempre dar satisfação e justificativas das suas ações. Queria poder ter a coragem de dizer adeus sem olhar para trás e sem sentir a dor da partida e aos poucos imaginava como poderia acontecer, afinal, não possuía nenhuma desculpa para abandoná-la, no entanto, não entendia quais eram os verdadeiros motivos que a prendiam àquela mulher, ou o que ele iria perder se jogasse tudo para o ar e se aventurasse em um novo romance. Talvez se ao invés de falar pudesse escrever algo que fosse convincente e que o eximisse da sensação de passar por todo o infortúnio da sinceridade declarada através dos gestos?
Tirou do bolso do paletó o pequeno bloco de anotações e o pequeno lápis que sempre carregava como forma de reparar seus lapsos de memória (era avesso ao uso de canetas ou agendas eletrônicas), sentou-se no primeiro local que achou mais adequado e curiosamente tratava-se da escadaria da mesma igreja que há vintes anos tinha jurado amor eterno a uma mulher que depois lhe daria três filhos magníficos como frutos dessa união. Pensou que se existisse destino ele estaria sendo alvo de peripécias naquela ocasião, mas não acreditava nisso e pela primeira vez decidiu seguir o que a sua consciência estava disposta a lhe ordenar.
Mas não sabia por onde começar e quais palavras se encaixariam tão adequadamente para tal situação. Sentia-se impotente para externar seus sentimentos e no momento em que pensou ser aquela a oportunidade de se libertar das amarras das regras e das sanções foi cercado bruscamente pelo medo que lhe formou uma prisão mais rígida ainda. O papel permanecia em branco mas na sua mente as ideias não se cansavam de querer emergir, era como se, uma vez escrito teria que seguir à risca tudo o que fosse professado sem titubear nem voltar atrás com arrependimentos vãos.
Sentiu-se covardemente traído pelas suas vontades e por mais que não fosse dessa vez, sabia que não tardaria o momento em que precisava abrir o seu eu e finalmente viver da forma como ele julgava querer ser.
Tudo o que ele mais queria era poder usufruir daquela liberdade dos amantes que sem o menor pudor gritam aos quatro ventos para que todo mundo ouçam os seus sussurros e gemidos que foram proferidos pelo instante incólume de um encontro inesperado, mas que ressoou pelo resto das suas existências.
Estava cansado de fazer as mesmas coisas e de sempre dar satisfação e justificativas das suas ações. Queria poder ter a coragem de dizer adeus sem olhar para trás e sem sentir a dor da partida e aos poucos imaginava como poderia acontecer, afinal, não possuía nenhuma desculpa para abandoná-la, no entanto, não entendia quais eram os verdadeiros motivos que a prendiam àquela mulher, ou o que ele iria perder se jogasse tudo para o ar e se aventurasse em um novo romance. Talvez se ao invés de falar pudesse escrever algo que fosse convincente e que o eximisse da sensação de passar por todo o infortúnio da sinceridade declarada através dos gestos?
Tirou do bolso do paletó o pequeno bloco de anotações e o pequeno lápis que sempre carregava como forma de reparar seus lapsos de memória (era avesso ao uso de canetas ou agendas eletrônicas), sentou-se no primeiro local que achou mais adequado e curiosamente tratava-se da escadaria da mesma igreja que há vintes anos tinha jurado amor eterno a uma mulher que depois lhe daria três filhos magníficos como frutos dessa união. Pensou que se existisse destino ele estaria sendo alvo de peripécias naquela ocasião, mas não acreditava nisso e pela primeira vez decidiu seguir o que a sua consciência estava disposta a lhe ordenar.
Mas não sabia por onde começar e quais palavras se encaixariam tão adequadamente para tal situação. Sentia-se impotente para externar seus sentimentos e no momento em que pensou ser aquela a oportunidade de se libertar das amarras das regras e das sanções foi cercado bruscamente pelo medo que lhe formou uma prisão mais rígida ainda. O papel permanecia em branco mas na sua mente as ideias não se cansavam de querer emergir, era como se, uma vez escrito teria que seguir à risca tudo o que fosse professado sem titubear nem voltar atrás com arrependimentos vãos.
Sentiu-se covardemente traído pelas suas vontades e por mais que não fosse dessa vez, sabia que não tardaria o momento em que precisava abrir o seu eu e finalmente viver da forma como ele julgava querer ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário