A vida não é um ensaio para um
grande show que iremos estrear em um futuro bem próximo. A todo o momento somos
convidados a estrear o espetáculo do instante presente aonde uma cobrança muito
grande para que não erremos o script muitas vezes nos coloca em um estado de
insegurança que nos remete a um sentimento de entorpecimento e nos torna insensíveis
perante os momentos e os prazeres experimentados.
É interessante como temos a
facilidade de permitir que o passado continue a nos prender com seus grilhões,
a sufocar nossos sentimentos a ponto de não sermos capazes de mergulharmos em
satisfações e pretensões advindas das horas inesperadas. O que está bom demais
não pode ser continuado, nos lançando a solidões que nos impele a continuarmos
seguindo sem a companhia dos que mais amamos, percebendo que o que mais
queremos não pode ser realizado e que os nossos desejos são ameaças para o que
arquitetamos como sendo a felicidade.
Os encontros inesperados, os
lugares desconhecidos, os amores impossíveis, as palavras proferidas com
sinceridade mas que não foram compreendidas e tudo o que nos surpreende é o que
nos remontam a estados existenciais que marcarão por quase todo o sempre a
nossa vida. Temos a vontade de gritar de tanto sofrimento, mas o nosso silêncio
incontido diante de tanto prazer que já tivemos ressoa muito mais, de repente
somos como que abduzidos pelas boas lembranças de que um dia não fomos
maltratados e que pudemos cantar como crianças a celebrar a alegria de um
momento fugaz.
As oportunidades para sermos
felizes estão a nos importunar a todo instante e diante da teimosia em
querermos o melhor sem sabermos ao certo o que esse melhor representa para o
nosso deleite, passamos a correr desenfreadamente e a fazer escolhas sem a
análise nem a devida reflexão acerca do que é significativo.
Sendo assim, vamos
levando a vida no “piloto automático”,
de uma forma fria e seca sem os deleites e a contemplação de um AMOR de
verdade.
Desprezamos os discursos proferidos pelo coração, ignoramos os sinais
da paixão, descartamos os sentimentos sinceros que temos a oferecer e de
repente percebemos que a paisagem que estamos vendo na janela não condiz com os
nossos anseios e que o caminho que estamos trilhando não é o que queríamos, aí
vem àquela pergunta advinda da consciência:
-“Você já teve a sensação de que pegou o ônibus errado???”
Se esta pergunta te pega como uma
dúvida a situação só se complica ainda mais porque tudo continuará seguindo em
frente e você terá que tomar um posicionamento diante da sua vida, sem
arrependimento e disposto a correr em busca do tempo perdido.
Mas se por uma constatação, tudo
o que foi vivido te levar a crê que realmente o ônibus era o errado e que os
equívocos do passado foram úteis para que no momento certo o seu querer te
conduzisse àquele que eventualmente foi eleito como sendo o correto, então é se
acomodar na melhor poltrona e aproveitar a viagem pois agora o momento chegou e
o melhor da vida vai começar.
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