quinta-feira, 17 de junho de 2010

A escola tem que aceitar que não está fora da sociedade

Sou professor de filosofia e procuro pautar a minha prática pedagógica no sentido de conscientizar os alunos para a construção de uma sociedade mais igualitária, justa e pacífica (o que todos sonham), más o que verifico na maioria das vezes é que os valores morais trazidos da família e do meio-social em que eles convivem é incompatível com a tentativa de direcionamento ético que a escola propõe. O primeiro desafio da escola frente aos choques de opinião entre professores e alunos é fazer com os pais possam contribuir com as decisões disciplinares da escola. Em alguns casos a escola pune o aluno por uma indisciplina e os pais vão na defesa dos filhos... Que sociedade é esta que estamos criando??? Semana passada tive o meu carro riscado em frente a escola que ensino por um aluno (de escola particular) que foi identificado logo após o delito, deixei que a direção da escola se posicionasse disciplinarmente quanto ao ocorrido. Não houve até o momento nenhuma punição e o aluno "passeia" pela escola tranquilamente.
Como posso modificar os meus métodos de ensino se como professor-educador mostro o caminho correto que eles devem seguir e eles insistem em ir para o lado errado??? Como a escola deve "educar" os jovens se os pais contrariam as ações corretivas de caráter que eles são incapazes de promover aos seus filhos???? Acho que vou também fazer um filme para mostrar a realidade que vivencio em sala de aula para que todos possam perceber, que assim como o diretor Laurent Cantet (no filme Entre os Muros da Escola), que retratou a realidade de uma sala de aula do subúrbio de Paris identificou que as histórias dos alunos do filme se repetem em todo o mundo, os nossos conflitos também são idênticos.

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