Militante de carteirinha - era filiado ao Partido Comunista de Portugal -, Saramago conheceu a aclamação do Prêmio Nobel, em 1998, mas também várias polêmicas no decorrer da sua longa carreira literária, por causa da abordagem crítica em relação à história portuguesa, ao conservadorismo e à religião.
A Fundação Saramago disse que ele morreu vítima de uma múltipla falência dos órgãos, após uma prolongada doença. O corpo do escritor está sendo velado em sua biblioteca, na casa de Lanzarote.
"Penso que se trata de uma grande perda para a cultura portuguesa", disse o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, a jornalistas. Saramago, afirmou ele, "deixou uma obra que orgulha o país ..., e o seu desaparecimento torna a nossa cultura mais pobre".
O presidente Aníbal Cavaco Silva disse que o escritor "será sempre uma figura de referência da nossa cultura".
Na sua última polêmica, no ano passado, Saramago irritou a Igreja Católica ao declarar, no lançamento do seu romance "Caim", que a Bíblia era um "manual de maus costumes" e um "catálogo do que há de pior na natureza humana".
Seus confrontos com as autoridades portuguesas eram frequentes também, o que talvez ajude a explicar por que parecia ser mais popular no exterior do que no seu país. "Ele talvez fosse mais conhecido fora do que em Portugal", disse o escritor Batista Bastos.
Fonte: LISBOA/MADRI (Reuters)
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