Depois que tudo passa, vem o pensamento efêmero de que ao analisar mais detalhadamente os fatos, com certeza tudo poderia ter sido e feito de uma forma mais diferenciada, ou seja, chega aquela concepção sartreana da má-fé de que se não fosse por alguns "issos" os "aquilos" não teriam acontecido e estraçalhado as vidraças tão frágeis dessa existência débil.
Ao reencontrar pessoas e rever os lugares que já percorri é que percebo o quanto os meus conceitos estavam enraizados em um egoísmo tão centrado em interesses infantis, aí percebo que viver é ter a oportunidade de aproveitar bem cada segundo que o mundo nos dispõe, sempre aceitando cada detalhe como ele se apresenta e não, pelo contrário, tentar mudar o que por si só é imutável e inquebrável.
Hoje sei o quanto fui precipitado e que as minhas escolhas por mais que me levassem a um estado de alegria e excitação, ao final elas estavam tão longe da minha verdadeira FELICIDADE que acabavam me conduzindo para o mesmo lugar.
Quando procuro entender o que tem por trás de todo esse emaranhado de sentimentos que em alguns instantes não são possíveis de uma denominação mas que simplesmente me tomam e me arrastam para um lugar que nem sei onde fica, é que passo então a me enxergar como uma pessoa que precisa aprender cada vez mais sobre a humanidade e encontrar o sentido do que estou fazendo nesse turbilhão de gente, pois é como se mesmo sem estar perdido eu não conseguisse encontrar o caminho de volta para minha casa.
Podemos viver de duas formas: a primeira é aquela aonde tentamos entender, refletir e intelectualizar as nossas palavras, pensamentos e ações. É ânsia de querer respostas e legitimações racionais para o que é puramente passional. A segunda forma é deixar que a vida, os acontecimentos e as pessoas possam entrar e sair da sua vida, puramente como uma sucessão de momentos que se repetirão como um ciclo, mas que você não fará nem um pouco de esforço para ficar dando e pedindo explicações.
Seja como for e qual for a escolha que possamos tomar, é imprescindível que tenhamos em mente que para aproveitarmos o caminho que somos forçados a trilhar durante a vida é preciso que tenhamos o coração e a mente abertas para o novo, que tenhamos a ousadia e a coragem de querer arriscar mais ainda, com a certeza de que os erros surgirão mas que somos mais fortes do que eles e que poderemos seguir sempre de cabeça erguida.
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