
Estamos sempre confiantes dos nossos atos e por mais que a dúvida paire em volta das nossas convicções a certeza de que tudo vai dar certo é sempre um estímulo para irmos mais além. De repente uma fatalidade bate a porta de nossa existência e em um milésimo de segundos os planos que tínhamos traçado mudam em uma proporção considerável. Assim, por mais que em um dado momento tenhamos a vontade de procurar culpados pelos fracassos dos nossos atos somos sempre acometidos pela consciência de que se trata de um momento de reavaliarmos o sentido veloz de nossas vidas e que precisamos de uma pausa, mesmo que forçada, para direcionarmos nossos pensamentos para uma profunda exploração espiritual e assim buscar a luz interior que insistimos em não querer deixar aflorar.
Ao verificar que em dado momento quero lamentar a minha condição em que temporariamente me encontro, começo a enxergar que se comparando a outras situações em que as demais pessoas passam devo dar graças por não está em semelhantes conseqüências. A paciência que tenho cultivado tem sido minha principal companheira nas tempestades da minha vida, e aí depois que tudo passa fico a imaginar como o transcorrer do tempo ajudou cicatrizar as mágoas e as angústias que por ventura poderiam petrificar meu ser.
Saber que a vida ainda nos guarda muitas surpresas no decorrer do dias vindouros me deixa feliz em perceber que desta vez ainda não foi a minha vez de partir para o outro lado. Os acidentes têm a capacidade de fazer com que enxerguemos melhor nossa forma de vida e o mais importante ainda, valorizar a nós mesmos e as pessoas que convivemos. É como se por mais que tenhamos lido e conversado sobre todos os tipos de sofrimento e dor, tudo isso não basta se por algum instante não experimentamos o que idealizamos para que assim tenhamos argumentos vivificados em sentimentos puros e verdadeiros.
De toda forma, a lição que tiramos diante de tudo o que julgamos ser ruim é de que uma força que desconhecemos, mas que está dentro das nossas possibilidades está contida em nosso íntimo como principal estímulo para aliviar nossos medos e nos impulsionar nos momentos mais adequados quando precisamos levantar.
Ancarlos Araujo... 13/Ago/2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário