sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

MEUS PASSOS VELOZES...

É inerente ao ser humano a necessidade de registrar os acontecimentos bem como a preocupação de que parte de sua vida seja arquivada em instrumentos artificiais que poderá ser acessado em qualquer instante do futuro. Sou de acordo que tais dispositivos podem desaparecer ou simplesmente se auto-destruir com a ação do tempo, mas a vida é muito mais do que uma fotografia ou o emocionar-se com as imagens em movimento de vídeos pessoais.
Em alguns momentos especiais a ânsia de registrar aquele instante e a vontade de captar o melhor ângulo é desperdiçada por conta da falta de percepção do que aquela ocasião pode representar. Deixamos de lado a oportunidade de enxergarmos os significados das coisas para projetarmos desejos superficiais que se perdem com o fluir do tempo.
Hoje sou tentado a refletir sobre tudo o que já vivi e a esforçar-me por refazer em pensamento todos os meus passos e chego à conclusão de que em alguns lugares o melhor seria que eu nem estivesse passado por lá e deixado minha marca, mas não lamento por aqueles que perdi oportunidades de está lá. Afinal, quem poderá nos dizer para ir daqui em diante? E sigo assim, em um ritmo muitas vezes lento e em outros em passos velozes correndo atrás do que eu ainda nem sei direito aonde vou chegar.
Pode ser que isso me dê uma certa proteção em relação às ansiedades daquilo que poderá acontecer e consequentemente uma boa dose de resignação para aceitar o passado e não ficar lamentando o que não conquistei. Sinto-me em um momento de dúvidas quanto ao que planejar para daqui a mais uns dez, vinte ou trinta anos, mas isso também é inerente ao ser e sendo humano tomo a liberdade de buscar na incerteza alguns sinais para ser guiado e com isso não errar tanto. Sinais de vida, de existência, de convivência, de relacionamentos, de transcendência enfim, marcas deixadas pelos que me antecederam e que são importantes para a formação da minha individualidade.
Sem medo de errar e firmando passos fortes nessa estrada que denominamos metaforicamente de vida, sigo em frente levando comigo a vontade de um dia nunca ter que fazer uma parada por motivo de qualquer arrependimento que possa me acometer ou quem sabe por ter escolhido o caminho errado. Posso até em alguns instantes, por necessidade, ter que refazer os mesmos caminhos outra vez, mas tento não lamentar se por alguma circunstância tive que trilhar caminhos errados.
Por fim, não sei ao certo quem estar a me seguir, mas tenho a convicção de que, quanto aos que sigo posso até não ter o prazer de chegar um dia aonde eles conseguiram, mas terei a tranqüilidade de que tentei ser por alguns instantes da minha existência um pouco melhor do que fui ontem.
Ancarlos Araujo 07/Out/2008

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