O tempo perguntou ao saber qual de todos os conhecimentos era o mais importante. O saber não teve dificuldades e respondeu de pronto que seria justamente a capacidade de conhecer o tempo. Mas o tempo não se contentou com a resposta querendo saber mais detalhes sobre como era possível conhecer algo que estava dentro dele, afinal era ele que se encarregava de suceder os instantes, de transformar o presente em passado e o futuro em presente, ou seja, de conduzir a vida das pessoas ao longo da História e por isso ele nunca tinha como descansar, pois se isso acontecesse tudo se descontrolaria.
Com toda a paciência que lhe é peculiar, o saber então passou a explicar ao tempo tudo o que aconteceu desde que o homem teve a brilhante idéia de controlar sua vida através dos minutos, das horas, dos dias, das semanas, dos meses, dos anos etc. Anteriormente a esse fato todos viviam despreocupados e parecia que a vida era uma eternidade e que tudo era infinito. As pessoas não tinham pressa, o dia e a noite eram apenas fenômenos que oportunizavam a visita do sol e da lua, as chuvas ou as geadas eram aspectos comuns que se repetiam de quando em quando. Crianças, jovens, adultos e idosos não precisavam se diferenciar por terem mais ou menos idade. Enfim, a igualdade e a tranqüilidade eram habituais no cotidiano daquele povo.
Eis que um dia, o homem utilizando o seu poder super dotado de racionalidade e inconformado com o marasmo, passa então a dividir essa sucessão de momentos e cria o tempo. A partir daí a vida toma uma dimensão de pressa e novos inventos como o relógio e o calendário são agora companheiros inseparáveis que determinaram o estilo de vida de cada ser humano. Os dias personificaram-se em expressões e sentimentos onde a segunda-feira terá características distintas da terça-feira que consequentemente será mais preterida do que o sábado e o domingo. As horas se repetem no relógio, mas na forma de ser vivenciada por cada um terá outras interpretações. Assim, todos agora vivem correndo contra o tempo, planejando o seu tempo, “perdendo” ou “ganhando” tempo, mas poucos se interessam em conhecer o seu próprio tempo. Vivem desperdiçando a oportunidade de refletir sobre o momento presente e passam toda a sua existência amordaçados nos grilhões do passado. Outros ainda sonham frustrados com um futuro tão distante que com certeza nunca será alcançado.
Aos poucos o tempo começou a perceber que todas aquelas explicações tinham sentido e que estava sendo vítima de uma pressa criada por ele mesmo. Pensou em como seria mais agradável fazer as coisas com mais cautela e acima de tudo aproveitar todos os instantes intensamente sem se preocupar com o que virá e desprendido do que já passou.
Com toda a paciência que lhe é peculiar, o saber então passou a explicar ao tempo tudo o que aconteceu desde que o homem teve a brilhante idéia de controlar sua vida através dos minutos, das horas, dos dias, das semanas, dos meses, dos anos etc. Anteriormente a esse fato todos viviam despreocupados e parecia que a vida era uma eternidade e que tudo era infinito. As pessoas não tinham pressa, o dia e a noite eram apenas fenômenos que oportunizavam a visita do sol e da lua, as chuvas ou as geadas eram aspectos comuns que se repetiam de quando em quando. Crianças, jovens, adultos e idosos não precisavam se diferenciar por terem mais ou menos idade. Enfim, a igualdade e a tranqüilidade eram habituais no cotidiano daquele povo.
Eis que um dia, o homem utilizando o seu poder super dotado de racionalidade e inconformado com o marasmo, passa então a dividir essa sucessão de momentos e cria o tempo. A partir daí a vida toma uma dimensão de pressa e novos inventos como o relógio e o calendário são agora companheiros inseparáveis que determinaram o estilo de vida de cada ser humano. Os dias personificaram-se em expressões e sentimentos onde a segunda-feira terá características distintas da terça-feira que consequentemente será mais preterida do que o sábado e o domingo. As horas se repetem no relógio, mas na forma de ser vivenciada por cada um terá outras interpretações. Assim, todos agora vivem correndo contra o tempo, planejando o seu tempo, “perdendo” ou “ganhando” tempo, mas poucos se interessam em conhecer o seu próprio tempo. Vivem desperdiçando a oportunidade de refletir sobre o momento presente e passam toda a sua existência amordaçados nos grilhões do passado. Outros ainda sonham frustrados com um futuro tão distante que com certeza nunca será alcançado.
Aos poucos o tempo começou a perceber que todas aquelas explicações tinham sentido e que estava sendo vítima de uma pressa criada por ele mesmo. Pensou em como seria mais agradável fazer as coisas com mais cautela e acima de tudo aproveitar todos os instantes intensamente sem se preocupar com o que virá e desprendido do que já passou.
Ancarlos Araujo (In: Cartas Para Ninguém. 25/Abr/08)
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