A solidão me conduz a várias tentativas de poder compreender o que realmente sou e de estabelecer um diálogo envolto a comprovações e perspectivas daquilo que devo ser. Sinto falta de tudo aquilo que um dia me pertenceu e que por algum motivo não tive a preocupação em lutar para manter vivo um único instante, mesmo sabendo que nem tudo é para sempre ainda assim não insisti em recriar o que é possível ser refeito.
Se em certos instantes me vejo cercado por uma multidão de pessoas que falam sem parar e sempre tem algo a fazer, lá no fundo me sinto sozinho, pois não tenho como expressar o que realmente sou, afinal de contas o que importa são as aparências inconsistentes que valem apenas como uma maneira de disfarçar uma vontade reprimida de expressar uma auto-afirmação que está sufocada através das ações não planejadas do cotidiano.
É na busca solitária que encontro a paz que tanto persigo nos meus pensamentos, no entanto, ainda não aprendi a me desprender dos outros sem deixar a marca da dureza que em mim é característico. Parece que, para que isto ocorra sempre tem que ser seguido de um corte relacional que precisa depois ser justificado para que assim não seja mal interpretado. E o que acontece é que depois da reclusão, imediatamente percebo que faltou um pouco mais de esforço para que tudo pudesse ser evitado. A solidão tem estas facetas, nos leva a sermos espectadores de nós mesmos e em seguida entregarmos a atuação para que os outros nos julguem pelas aparências circunstanciais.
É por isso que viver sozinho é tão doloroso e causa tanta estranheza, é pelo fato de que tudo o que venha a acontecer torna-nos mais frágeis ou mais fortes dependendo do estado de espírito (ânimo ou desânimo) que nos encontramos. Por fim, acabamos por decidir a viver envoltos as teias sociais que são traçadas por interesses até então desconhecidas más que são necessárias para acreditarmos que fazemos parte de um grupo que podemos nos refugiar quando for necessário.
Nem todo mundo foi feito para viver na solidão, no entanto, todos nós somos no fundo solitários e companheiros de nós mesmos. Assim, vivemos buscando conhecer pessoas que possam ter algumas características que ainda desconhecemos como inerentes ao nosso próprio ser. Virtudes e defeitos nem sempre podem ser verbalizados, más podem ser refletidos do nosso espelho da alma que são as nossas ações, pensamentos, palavras e silêncios. Portanto, a autenticidade é que faz com que cada comportamento seja qualificado como sendo a forma de ser e de viver de cada um, sozinhos ou acompanhados.
Ancarlos Araujo (In: Cartas Para Ninguém. 19/Ago/2007)
Se em certos instantes me vejo cercado por uma multidão de pessoas que falam sem parar e sempre tem algo a fazer, lá no fundo me sinto sozinho, pois não tenho como expressar o que realmente sou, afinal de contas o que importa são as aparências inconsistentes que valem apenas como uma maneira de disfarçar uma vontade reprimida de expressar uma auto-afirmação que está sufocada através das ações não planejadas do cotidiano.
É na busca solitária que encontro a paz que tanto persigo nos meus pensamentos, no entanto, ainda não aprendi a me desprender dos outros sem deixar a marca da dureza que em mim é característico. Parece que, para que isto ocorra sempre tem que ser seguido de um corte relacional que precisa depois ser justificado para que assim não seja mal interpretado. E o que acontece é que depois da reclusão, imediatamente percebo que faltou um pouco mais de esforço para que tudo pudesse ser evitado. A solidão tem estas facetas, nos leva a sermos espectadores de nós mesmos e em seguida entregarmos a atuação para que os outros nos julguem pelas aparências circunstanciais.
É por isso que viver sozinho é tão doloroso e causa tanta estranheza, é pelo fato de que tudo o que venha a acontecer torna-nos mais frágeis ou mais fortes dependendo do estado de espírito (ânimo ou desânimo) que nos encontramos. Por fim, acabamos por decidir a viver envoltos as teias sociais que são traçadas por interesses até então desconhecidas más que são necessárias para acreditarmos que fazemos parte de um grupo que podemos nos refugiar quando for necessário.
Nem todo mundo foi feito para viver na solidão, no entanto, todos nós somos no fundo solitários e companheiros de nós mesmos. Assim, vivemos buscando conhecer pessoas que possam ter algumas características que ainda desconhecemos como inerentes ao nosso próprio ser. Virtudes e defeitos nem sempre podem ser verbalizados, más podem ser refletidos do nosso espelho da alma que são as nossas ações, pensamentos, palavras e silêncios. Portanto, a autenticidade é que faz com que cada comportamento seja qualificado como sendo a forma de ser e de viver de cada um, sozinhos ou acompanhados.
Ancarlos Araujo (In: Cartas Para Ninguém. 19/Ago/2007)
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