Para o entendimento comum é sempre preferível e aceitável escrever sobre algo que se tem e que obviamente venha a conhecer em seus detalhes. Mas confesso que discorrer sobre a sorte é algo obscuro quando não se tem artifícios plausíveis para um discernimento claro acerca de saber se ela é uma dádiva perene ou simplesmente uma junção de fatos acidentais que posteriormente possa configurar-se numa coincidência.
Estar no lugar certo e na hora certa do acontecimento que está sendo esperado pode constituir uma sorte, uma vez que não bastam apenas esses fatos, pois o que vai significar mesmo é a capacidade de ter consciência de como o processo acontece, dali em diante, saber aproveitar as oportunidades de torná-las permanentes, ou seja, de como algo acidental deve transformar-se em um fato duradouro. A busca pelas oportunidades é que na maioria das vezes torna as coisas mais difíceis, afinal de contas, é preciso estar atento para agir na hora certa e isto nem sempre é possível detectar a não ser tentando (fazendo).
Sorte é o que eu poderia definir como sendo a oportunidade de fazer as escolhas certas, nos momentos adequados e transformar os efeitos dessas escolhas em acontecimentos bons que serão permanentes. Parece simples e objetivo mas o desdobrar de cada palavra configuram-se em conceitos extensos de explicações e execuções. Para tanto se faz necessário alguns questionamentos como: de que forma as oportunidades são plausíveis de serem aproveitadas se boa parte delas independe da vontade livre do sujeito que atua? Como as minhas escolhas podem me projetar para um estado de sorte se os momentos adequados nem sempre se configuram como o planejado? E mais, até quando esperar os acontecimentos com a esperança de não desistir deles mesmo que demorem?
Portanto, a sorte é quando os bons momentos se entrelaçam com os hábitos positivos e que não deixam de trazer uma felicidade, afinal de contas, quem é feliz hoje em dia pode se considerar amigo da sorte pois ela constantemente está lhe visitando. Passamos então a imaginar que felicidade é a configuração da sorte, e daí em diante partimos para a sua procura desenfreadamente.
Tirando os devaneios um pouco de lado e expondo o meu próprio sentimento, acredito que sempre que deixo de conseguir algo ou quando os meus desejos parecem ficar mais distantes a sorte é a culpada por tudo o que está acontecendo. Mas ao colocar isso não quero afirmar que eu não me considere uma pessoa de sorte, na medida do possível, afinal de contas atribuir a uma falta dela todas as minhas frustrações não é justo pois no final das contas, quem sabe não sou eu é que ainda não descobri o caminho adequado que deve ser percorrido? E é por isso que ainda estou tentando, com a esperança de que não apareçam motivos para uma pretensa desilusão.
De tudo o que foi colocado e que ainda poderia ser acrescentado, o fato de estar vivo é uma sorte, mas viver e refletir sobre tudo o que já passou e ainda o que virá constituem uma sorte ainda maior. Por fim, a minha sorte é uma somatória das boas vivências, das possibilidades de felicidades que se constituirão através de tudo o que hoje estou batalhando para conquistar e da consciência de que tudo o que tenho e do que ainda terei eu mereço pois fiz por onde merecê-las.
Ancarlos Araujo (In: Cartas Para Ninguém. 06/Mar/2008)
Estar no lugar certo e na hora certa do acontecimento que está sendo esperado pode constituir uma sorte, uma vez que não bastam apenas esses fatos, pois o que vai significar mesmo é a capacidade de ter consciência de como o processo acontece, dali em diante, saber aproveitar as oportunidades de torná-las permanentes, ou seja, de como algo acidental deve transformar-se em um fato duradouro. A busca pelas oportunidades é que na maioria das vezes torna as coisas mais difíceis, afinal de contas, é preciso estar atento para agir na hora certa e isto nem sempre é possível detectar a não ser tentando (fazendo).
Sorte é o que eu poderia definir como sendo a oportunidade de fazer as escolhas certas, nos momentos adequados e transformar os efeitos dessas escolhas em acontecimentos bons que serão permanentes. Parece simples e objetivo mas o desdobrar de cada palavra configuram-se em conceitos extensos de explicações e execuções. Para tanto se faz necessário alguns questionamentos como: de que forma as oportunidades são plausíveis de serem aproveitadas se boa parte delas independe da vontade livre do sujeito que atua? Como as minhas escolhas podem me projetar para um estado de sorte se os momentos adequados nem sempre se configuram como o planejado? E mais, até quando esperar os acontecimentos com a esperança de não desistir deles mesmo que demorem?
Portanto, a sorte é quando os bons momentos se entrelaçam com os hábitos positivos e que não deixam de trazer uma felicidade, afinal de contas, quem é feliz hoje em dia pode se considerar amigo da sorte pois ela constantemente está lhe visitando. Passamos então a imaginar que felicidade é a configuração da sorte, e daí em diante partimos para a sua procura desenfreadamente.
Tirando os devaneios um pouco de lado e expondo o meu próprio sentimento, acredito que sempre que deixo de conseguir algo ou quando os meus desejos parecem ficar mais distantes a sorte é a culpada por tudo o que está acontecendo. Mas ao colocar isso não quero afirmar que eu não me considere uma pessoa de sorte, na medida do possível, afinal de contas atribuir a uma falta dela todas as minhas frustrações não é justo pois no final das contas, quem sabe não sou eu é que ainda não descobri o caminho adequado que deve ser percorrido? E é por isso que ainda estou tentando, com a esperança de que não apareçam motivos para uma pretensa desilusão.
De tudo o que foi colocado e que ainda poderia ser acrescentado, o fato de estar vivo é uma sorte, mas viver e refletir sobre tudo o que já passou e ainda o que virá constituem uma sorte ainda maior. Por fim, a minha sorte é uma somatória das boas vivências, das possibilidades de felicidades que se constituirão através de tudo o que hoje estou batalhando para conquistar e da consciência de que tudo o que tenho e do que ainda terei eu mereço pois fiz por onde merecê-las.
Ancarlos Araujo (In: Cartas Para Ninguém. 06/Mar/2008)
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