
Buscamos algo para dar um sentido para nossas vidas tão atormentadas, às vezes fora do nosso mundo até mesmo criando um eu imaginário e utópico que existirá apenas nas idéias. Portanto, não importa o que pode ser a vida em sua essência, mas para alguns o que vale é a aparência do que ela pode se mostrar, mesmo sendo ilusório.
A lógica da vida pode ainda está distante de ser encontrada, afinal como estabelecer uma existência pautada em regras e normas exteriores quando no fundo somos constituídos de partes subjetivas que se unem a fim de formar nossas particularidades que representamos através de nossas singularidades ínfimas? Seguimos assim como exploradores de almas que a cada descoberta percebe que incursões mais profundas precisam ser feitas para a compreensão do que cada um pode perceber. Explorando sempre estruturas existenciais que muitas vezes não são possíveis de uma conciliação entre passado, presente e futuro, ou seja, totalmente desprovido de categoriais temporais, pois o que nos resta são partes de vivências que não estão ligados a instantes mas que se coabitam em um eterno fluir.
Até mesmo quando somos tocados de forma despercebida pela inquietação dos nossos pensamentos, sempre a questionar nossa verdadeira forma de vida, ainda assim, somos incapazes de demonstrar quem realmente somos. E a razão de toda essa deficiência está pautada justamente na preocupação em adotarmos padrões de vida que está longe de serem criadas e escolhidas pelas nossas próprias vontades. O mundo exterior nos cobra que vivamos muitas vezes de uma forma completamente diferente do que somos e aos poucos vamos perdendo nossas características enquanto entes que poderiam ser eternizados.
Passamos então a refletir com isso a possibilidade de marcamos um encontro com a nossa autêntica essência, ou mais precisamente ficarmos frente a frente com nós mesmos. Mas como? Se quando queremos agir por conta própria sempre temos que justificar nossas ações e prestar contas das nossas falhas para um conjunto de pessoas, que se denominam sociedade, e que nem sabemos que realmente são, mas que estão ávidas a nos avaliar da forma mais ignorante possível.
Percebo então que só vivendo uma vida (i) lógica é que podemos aproveitar o que de mais puro essa vida pode nos trazer. Afinal, de que vale viver para os outros? Deixando de lado os desejos íntimos e a possibilidade de realização das nossas potências e ao final desta existência tentar através do arrependimento justificar as derrotas. Vivamos então em conformidade com a natureza humana e deixemos de lado os instintos que nos animalizam e nos prendem aos grilhões do passado.
Ancarlos Araujo 10/Set/08
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