Em que consiste contemplar as imagens? Se ao final elas não puderam ficar gravadas como lembranças que futuramente serão acessadas para o conforto das desavenças dos momentos presentes? As cores da vida são pintadas pelas nossas acepções, que aos poucos se tornam significativas para cada um, podendo nem ter importância para outros. É a partir desse sentido que a vida passa a ter um nexo, e de cara nos tornamos mais susceptíveis aos encantos do mundo.
Se por algum motivo não é possível enxergar o que vemos, o motivo é sem dúvida a insensibilidade que deixamos tomar conta dos nossos hábitos. Somos o resultado das nossas escolhas e posso dizer que isto vai mais além, ou seja, somos também aquilo que fazemos ao escolher e isto é determinado pelo ângulo da observação que estamos aptos a realizar naquele instante. Se estimamos ou não o que vemos, ou se tudo isso é apenas mais um critério para preencher a vida. Ao opinarmos sobre o que vemos, não estaríamos apenas descrevendo o que verdadeiramente somos? Ou será que as coisas são como são ou devemos adequar-nos a elas?
Sem dúvida, ao enxergarmos as coisas cada um passa dar o sentido que lhe apraz, assim o mundo torna-se subjetividade e cada um passa a criar o seu próprio ambiente em cima de necessidades próprias e desejos egoísticos que muitas vezes são supérfluos e nem tão consistentes como pensamos ser. Más, o que dizer daquilo que todos almejam de uma forma unânime? Será que estas coisas, estes sentimentos, estes instantes e estas vontades podem verdadeiramente existir por si só? Ou precisam ser exteriorizadas a ponto de serem imprescindíveis a cada indivíduo? Parto do pressuposto de que são os outros que elegem uma forma de vida que passa a ser padronizada aos demais, e isto é tão comum que em algumas circunstâncias ninguém percebe.
Devemos encontrar evidências que possam nos levar muito além daquilo que estamos acostumados. No entanto, como isto é possível se o que vemos muitas vezes não passam de ilusões e de “fantasmas” já incorporados aos nossos pensamentos e palavras e que se transformaram em idéias pré-formadas pelo nosso consciente? Assim, os sentidos precisam ser estimulados livremente para que possamos encontrar a pura sensação de cada coisa e que estas coisas apresentem-se como são e não como gostaríamos que elas fossem, quando aí estão embutidas as nossas pretensões.
Enxergar passa a ser então o descobrir de cada um, enquanto que Ver é apenas um observar permeado de instantes momentâneos. Portanto, precisamos enxergar o que vemos para que assim possamos ser o que somos.
Ancarlos Araujo (In: Cartas Para Ninguém.14/Ago/2007)
Se por algum motivo não é possível enxergar o que vemos, o motivo é sem dúvida a insensibilidade que deixamos tomar conta dos nossos hábitos. Somos o resultado das nossas escolhas e posso dizer que isto vai mais além, ou seja, somos também aquilo que fazemos ao escolher e isto é determinado pelo ângulo da observação que estamos aptos a realizar naquele instante. Se estimamos ou não o que vemos, ou se tudo isso é apenas mais um critério para preencher a vida. Ao opinarmos sobre o que vemos, não estaríamos apenas descrevendo o que verdadeiramente somos? Ou será que as coisas são como são ou devemos adequar-nos a elas?
Sem dúvida, ao enxergarmos as coisas cada um passa dar o sentido que lhe apraz, assim o mundo torna-se subjetividade e cada um passa a criar o seu próprio ambiente em cima de necessidades próprias e desejos egoísticos que muitas vezes são supérfluos e nem tão consistentes como pensamos ser. Más, o que dizer daquilo que todos almejam de uma forma unânime? Será que estas coisas, estes sentimentos, estes instantes e estas vontades podem verdadeiramente existir por si só? Ou precisam ser exteriorizadas a ponto de serem imprescindíveis a cada indivíduo? Parto do pressuposto de que são os outros que elegem uma forma de vida que passa a ser padronizada aos demais, e isto é tão comum que em algumas circunstâncias ninguém percebe.
Devemos encontrar evidências que possam nos levar muito além daquilo que estamos acostumados. No entanto, como isto é possível se o que vemos muitas vezes não passam de ilusões e de “fantasmas” já incorporados aos nossos pensamentos e palavras e que se transformaram em idéias pré-formadas pelo nosso consciente? Assim, os sentidos precisam ser estimulados livremente para que possamos encontrar a pura sensação de cada coisa e que estas coisas apresentem-se como são e não como gostaríamos que elas fossem, quando aí estão embutidas as nossas pretensões.
Enxergar passa a ser então o descobrir de cada um, enquanto que Ver é apenas um observar permeado de instantes momentâneos. Portanto, precisamos enxergar o que vemos para que assim possamos ser o que somos.
Ancarlos Araujo (In: Cartas Para Ninguém.14/Ago/2007)
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